Com advento da chamada Revolução do meio Técnico-Cientifico-Informacional, a tecnologia está cada vez mais sofisticada e presente nas diferentes classes sociais, embora ainda não contemple a todos, o acesso as tecnologias está em constante expansão.
Com a educação não poderia ser diferente, os recursos tecnológicos fazem parte do cotidiano escolar, se transformaram numa ferramenta pedagógica muito eficaz no processo de aprendizagem dos professores e alunos.
O uso do vídeo em sala de aula está relacionado com a televisão, como forma de entretenimento de informação, lazer, cultura etc. Cabe salientar que o vídeo pode auxiliar o professor como ferramenta pedagógica se for utilizado com o propósito da aprendizagem, como qualquer outro recurso tecnológico apresenta pontos negativos e positivos, cabe ao professor estabelecer dinâmicas de aula que toque, sensibilize os alunos dentro do contexto trabalhado, como recurso audiovisual o vídeo explora o visualizar, desperta sentimentos, opiniões etc.
Moran, 1995 propõe um roteiro simplificado e esquemático com algumas
formas de trabalhar com o vídeo na sala de aula. Como roteiro não há uma
ordem rigorosa e pressupõe total liberdade de adaptação destas propostas à
realidade de cada professor e dos seus alunos. Destacando usos adequados e inadequados do vídeo em sala de aula.
USOS INADEQUADOS EM AULA
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado,
como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser
útil, mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o
associa -na cabeça do aluno- a não ter aula.
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria.
O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode
concordar na hora, mas discorda do seu mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do
vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras
dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia
e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os
vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os
vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para
descobri-los,junto com os alunos, e questioná-los.
Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem
discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar
alguns momentos mais importantes.
PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO
É, do meu ponto de vista, ouso mais importante na escola. Um bom vídeo é
interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a
curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de
pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Vídeo como ILUSTRAÇÃO
O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor
cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica
como eram os romanos na época de Julio César ou Nero, mesmo que não seja
totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz
para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo a
Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo.
Vídeo como SIMULAÇÃO
É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de
química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e
recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de
uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos
Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO
Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De
forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua
interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo
abordagens múltiplas, interdisciplinares.
Vídeo como PRODUÇÃO
- Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio,
de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do
professor, dos alunos e dos futuros alunos. O professor deve poder
documentar o que é mais importante para o seu trabalho, ter o seu próprio
material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar as
suas aulas. O professor estará atento para gravar o material audiovisual
mais utilizado, para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos
programas.
- Como intervenção: interferir, modificar um determinado programa, um
material audiovisual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o
material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos
significados. O professor precisa perder o medo, o respeito ao vídeo assim
como ele interfere num texto escrito, modificando-o, acrescentando novos
dados, novas interpretações, contextos mais próximos do aluno.
- Vídeo como expressão, como nova forma de comunicação, adaptada à
sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram
fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de
pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão
moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra
linguagens. Lúdica, pela miniaturização da câmera, que permite brincar com a
realidade, levá-la junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências
mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos
podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou
dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas
informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro
da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los.
Vídeo como AVALIAÇÃO
Dos alunos, do professor, do processo.
Vídeo ESPELHO
Vejo-me na tela para poder compreender-me, para descobrir meu corpo, meus
gestos, meus cacoetes. Vídeo-espelho para análise do grupo e dos papéis de
cada um, para acompanhar o comportamento de cada um, do ponto de vista
participativo, para incentivar os mais retraídos e pedir aos que falam muito
para darem mais espaço aos colegas.
O vídeo-espelho é de grande utilidade para o professor se ver, examinar
sua comunicação com os alunos, suas qualidades e defeitos.
Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE
De outras mídias.
- Vídeo como suporte da televisão e do cinema. Gravar em vídeo programas.
importantes da televisão para utilização em aula. Alugar ou comprar filmes
de longa metragem, documentários para ampliar o conhecimento de cinema,
iniciar os alunos na linguagem audiovisual.
- Vídeo interagindo com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os
videogames, com a Internet.
Como o autor muito bem avaliou o uso do vídeo, cabe a escolas aos professores aproveitarem esse recurso de forma positiva auxiliando na aprendizagem dos alunos de todos os envolvidos no processo educacional, para que não fique restrito as salas de aula mas, que possa extrapolar os muros da escola e ser vivenciado pela sociedade levando mais informação e conhecimento.
Adriane Pages Silva Assis
Referencia Bibliografica
MORAN, José Manuel.
Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35,
jan./abr. de 1995 (com bibliografia atualizada)
disponível em: http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm#proputiliz